Trombose: doença grave que pode atingir qualquer pessoa
Os primeiros sinais são dor muscular e inchaço, normalmente em uma só perna.
A pele na região afetada também pode mudar de cor, ficando azulada ou avermelhada.
O problema pode ser atribuído a uma destas três causas:
lesão nas veias (fruto de uma cirurgia ou uma batida forte, por exemplo), diminuição no fluxo sanguíneo (chamada de estase venosa, o que pode acontecer se o corpo fica muito tempo parado) ou alterações na constituição do sangue (a hipercoagulabilidade, que pode ser causada por predisposição genética, tabagismo e uso de contraceptivos, entre outros).
A trombose costuma aparecer primeiramente na panturrilha, mas pode também surgir ou se espalhar para as veias da coxa.
Como prevenir
O mais importante é manter-se ativo e saudável. Pessoas
dentro do peso recomendado, que pouco bebem, não fumam e praticam
exercícios regularmente têm menos risco de ser atingidas pela doença. É
fundamental movimentar-se em períodos que pressupõem alguma
imobilização, como longas viagens de avião, trem e ônibus ou dias de
repouso – após uma cirurgia, por exemplo. Breves caminhadas ou curtos
movimentos com foco na panturrilha costumam ser suficientes. Recomenda-se evitar ficar parado na mesma posição por mais de uma hora.
Como tratar
A trombose venosa é tratada, principalmente, com
medicamentos. Os anticoagulantes, que diluem o sangue, ajudam a
desobstruir as veias e evitar que a doença se agrave. São necessários
meses de medicação até que a situação melhore.
Consequências
Se não tratado, o coágulo pode se espalhar e, na situação mais grave, chegar ao pulmão, causando uma embolia – quando um vaso sanguíneo do pulmão é obstruído por um coágulo de sangue. A embolia pulmonar pode matar.
Fontes: Nilon Erling Júnior, angiologista da Santa Casa de
Misericórdia e professor adjunto da Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Rafael de Nogueira Ribeiro, coordenador
do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Conceição; Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
A FISIOTERAPIA E A MOBILIZAÇÃO PRECOCE
O repouso no leito, no passado, era frequentemente
prescrito, pois acreditava-se que era benéfico para a estabilização clínica do
paciente crítico.
No entanto, atualmente, sabe-se que a imobilidade pode influenciar na recuperação de doenças críticas, devido às alterações sistêmicas associadas a ela, como doença tromboembólica, atelectasias, úlceras de pressão, contraturas, alteração das fibras musculares de contração lenta para contração rápida, atrofia e fraqueza muscular e esquelética; além disso, pode afetar os barorreceptores, que contribuem para a hipotensão postural e taquicardia.
Desde a década de 1940, os efeitos nocivos do repouso no leito e os benefícios da mobilização precoce têm sido reconhecidos em pacientes hospitalizados.
Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém, foi a partir da I Guerra Mundial que, devido ao grande número de casos de lesões, mutilação, alterações físicas de vários tipos e graus, houve uma expansão no campo de atuação da Cinesioterapia, aumentando a utilização deste recurso para reabilitação destes pacientes, favorecendo o crescimento da fisioterapia, em especial, da Cinesioterapia.
A mobilização precoce tem como objetivo manter a amplitude de
movimento articular, prevenir ou minimizar grandes retrações musculares e
manter ou aumentar a força muscular e a função física do paciente reduzindo
assim as complicações inerentes a imobilidade, sendo consideradas como elemento
fundamental na maioria das condutas de assistência da Fisioterapia em pacientes
internados.
Vários são os fatores benéficos associados à mobilização precoce,
como melhorar o transporte de oxigênio, redução dos efeitos do imobilismo e do
repouso. A mobilização precoce também diminui a incidência de tromboembolismo e
de trombose venosa profunda (TVP) e permite uma melhor oxigenação e nutrição
dos órgãos internos.
A Cinesioterapia precoce, que tem sido apontada como segura e
viável, podendo ser efetuada de maneira passiva ou ativa de acordo com a
interação do paciente, estabilidade hemodinâmica, nível de suporte
ventilatório, fração inspirada de oxigênio (FiO2) e resposta do paciente ao
tratamento.
As atividades que podem ser desenvolvidas na mobilização precoce
incluem atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios de mobilidade
no leito, sentado na beira do leito, em ortostase, transferência para uma
poltrona, minibike e deambulação.
Os exercícios passivos, ativo-assistidos e resistidos visam manter a
movimentação da articulação, o comprimento do tecido muscular, da força e da
função muscular e diminuir o risco de tromboembolismo.
Ressalta-se, por sua vez que o Fisioterapeuta é o profissional
responsável pela implantação do plano de mobilização, prescrição de exercícios
e pela progressão deste plano em conjunto com a equipe. A mobilização precoce
inclui atividades cinesioterapêuticas progressivas, tais como, mobilização
passiva, alongamento muscular e treinamento de força muscular, porém, o
incremento prematuro de atividades como sedestação à beira leito, ortostatismo
passivo ou ativo, transferências e deambulação, culminam na base para a
recuperação funcional do paciente.
Conclusão
A mobilização dos pacientes críticos restritos ao leito, associada a
um posicionamento preventivo de contraturas musculares e de perda da amplitude
de movimento articular, pode ser considerada um mecanismo de reabilitação
precoce com importantes efeitos acerca das várias etapas do transporte de
oxigênio, da manutenção da força muscular e da mobilidade articular, melhora da
função pulmonar e o desempenho do sistema respiratório. Tudo isso poderá
facilitar o desmame da Ventilação Mecânica, reduzir o tempo de permanência na UTI e, consequentemente,
a permanência hospitalar, além de promover melhora na qualidade de vida após a
alta hospitalar.
Fonte: Fisiocenter, Hospital Meridional S.A.
Papel da equipe multidisciplinar na prevenção de TEV
Papel da equipe
multidisciplinar na prevenção de TEV
Médico: Classifica o risco à partir de fluxograma próprio,
avalia o risco e prescrever
esse risco como ítem de prescrição. Prescrever o método farmacológico e/ou
mecânico quando aplicável, de acordo com o risco classificado. Realiza
orientação de alta.
Enfermeiro: Confere o risco do paciente conforme classificação
de risco e prescrição médica efetuadas pelo médico. Faz as medidas para a
escolha correta de métodos mecânicos (compressão pneumática intermitente e meia
elástica).
Farmacêutico: Avalia
a dose e frequência prescritas, acompanha a prescrição de métodos mecânicos e
sua data de instalação, confronta com a classificação do risco, registra em
prontuário e comunica ao médico discrepâncias. Realiza orientação de alta.
Nutricionista: Avalia a interação fármaco-nutrientes,
adequa a dieta conforme recomendação e realiza orientação de alta.
Laboratório: Comunicar equipe médica resultado
crítico de TAP e PTTK (incoagulável) e plaquetopenia (menor que 50.000 unidades
e aglomerado de plaquetas).
Profilaxia com métodos mecânicos
Profilaxia com métodos mecânicos
Os métodos
mecânicos são utilizados quando o paciente possui alguma contraindicação para a
quimioprofilaxia e como associação. Os tipos de profilaxia mecânica são:
Meia Elástica de Compressão
Gradual (MECG) - Uso dessa profilaxia mecânica é aceitável em
pacientes de baixo risco ou especialmente naqueles com alto risco de
sangramento quando usados em combinação com anticoagulantes para melhorar sua
eficácia.
Compressão Pneumática Intermitente
(CPI) – Recomenda-se o uso do CPI e outros métodos mecânicos como alternativa de
prevenção de TVP em pacientes em que a anticoagulação está contraindicada de
forma absoluta e relativa.
As
contraindicações à utilização da profilaxia mecânica são:
1. Fratura exposta
2. Infecção em MMII
3. Insuficiência arterial periférica de MMII
4. Insuficiência cardíaca grave
5. Úlcera em MMII
6. TVP instalada
7. Estado de Choque
A Fisioterapia Motora (FM) também é recurso mecânico usado para prevenção de TEV, uma vez que dispõe de técnicas de massoterapia (drenagem linfática), mobilização dos membros passiva e ativa, estimulação elétrica e estímulo à deambulação.
Fatores de Risco para TEV
Fatores de Risco para TEV
Algumas doenças ou condições representam um risco adicional para o desenvolvimento de complicações tromboembólicas, tanto em pacientes clínicos quanto cirúrgicos.
Se você se enquadra em um desses fatores, informe seu médico. Ele saberá prescrever a forma adequada de prevenção farmacológica ou mecânica.
Lembre-se que o importante é não ficar parado!
Somos todos contra TEV!
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