Podcast: Prevenção de TEV e o anestesiologista

Trombose: doença grave que pode atingir qualquer pessoa


Os primeiros sinais são dor muscular e inchaço, normalmente em uma só perna.

A pele na região afetada também pode mudar de cor, ficando azulada ou avermelhada.

O problema pode ser atribuído a uma destas três causas:

lesão nas veias (fruto de uma cirurgia ou uma batida forte, por exemplo), diminuição no fluxo sanguíneo (chamada de estase venosa, o que pode acontecer se o corpo fica muito tempo parado) ou alterações na constituição do sangue (a hipercoagulabilidade, que pode ser causada por predisposição genética, tabagismo e uso de contraceptivos, entre outros).

A trombose costuma aparecer primeiramente na panturrilha, mas pode também surgir ou se espalhar para as veias da coxa.


Como prevenir

O mais importante é manter-se ativo e saudável. Pessoas dentro do peso recomendado, que pouco bebem, não fumam e praticam exercícios regularmente têm menos risco de ser atingidas pela doença. É fundamental movimentar-se em períodos que pressupõem alguma imobilização, como longas viagens de avião, trem e ônibus ou dias de repouso – após uma cirurgia, por exemplo. Breves caminhadas ou curtos movimentos com foco na panturrilha costumam ser suficientes. Recomenda-se evitar ficar parado na mesma posição por mais de uma hora.

Como tratar

A trombose venosa é tratada, principalmente, com medicamentos. Os anticoagulantes, que diluem o sangue, ajudam a desobstruir as veias e evitar que a doença se agrave. São necessários meses de medicação até que a situação melhore.

Consequências

Se não tratado, o coágulo pode se espalhar e, na situação mais grave, chegar ao pulmão, causando uma embolia – quando um vaso sanguíneo do pulmão é obstruído por um coágulo de sangue. A embolia pulmonar pode matar.

Fontes: Nilon Erling Júnior, angiologista da Santa Casa de Misericórdia e professor adjunto da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Rafael de Nogueira Ribeiro, coordenador do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Conceição; Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular

A FISIOTERAPIA E A MOBILIZAÇÃO PRECOCE

O repouso no leito, no passado, era frequentemente prescrito, pois acreditava-se que era benéfico para a estabilização clínica do paciente crítico.

No entanto, atualmente, sabe-se que a imobilidade pode influenciar na recuperação de doenças críticas, devido às alterações sistêmicas associadas a ela, como doença tromboembólica, atelectasias, úlceras de pressão, contraturas, alteração das fibras musculares de contração lenta para contração rápida, atrofia e fraqueza muscular e esquelética; além disso, pode afetar os barorreceptores, que contribuem para a hipotensão postural e taquicardia. 

Desde a década de 1940, os efeitos nocivos do repouso no leito e os benefícios da mobilização precoce têm sido reconhecidos em pacientes hospitalizados.

Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém, foi a partir da I Guerra Mundial que, devido ao grande número de casos de lesões, mutilação, alterações físicas de vários tipos e graus, houve uma expansão no campo de atuação da Cinesioterapia, aumentando a utilização deste recurso para reabilitação destes pacientes, favorecendo o crescimento da fisioterapia, em especial, da Cinesioterapia.

A mobilização precoce tem como objetivo manter a amplitude de movimento articular, prevenir ou minimizar grandes retrações musculares e manter ou aumentar a força muscular e a função física do paciente reduzindo assim as complicações inerentes a imobilidade, sendo consideradas como elemento fundamental na maioria das condutas de assistência da Fisioterapia em pacientes internados.

Vários são os fatores benéficos associados à mobilização precoce, como melhorar o transporte de oxigênio, redução dos efeitos do imobilismo e do repouso. A mobilização precoce também diminui a incidência de tromboembolismo e de trombose venosa profunda (TVP) e permite uma melhor oxigenação e nutrição dos órgãos internos.

A Cinesioterapia precoce, que tem sido apontada como segura e viável, podendo ser efetuada de maneira passiva ou ativa de acordo com a interação do paciente, estabilidade hemodinâmica, nível de suporte ventilatório, fração inspirada de oxigênio (FiO2) e resposta do paciente ao tratamento.

As atividades que podem ser desenvolvidas na mobilização precoce incluem atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios de mobilidade no leito, sentado na beira do leito, em ortostase, transferência para uma poltrona, minibike e deambulação.

Os exercícios passivos, ativo-assistidos e resistidos visam manter a movimentação da articulação, o comprimento do tecido muscular, da força e da função muscular e diminuir o risco de tromboembolismo.

Ressalta-se, por sua vez que o Fisioterapeuta é o profissional responsável pela implantação do plano de mobilização, prescrição de exercícios e pela progressão deste plano em conjunto com a equipe. A mobilização precoce inclui atividades cinesioterapêuticas progressivas, tais como, mobilização passiva, alongamento muscular e treinamento de força muscular, porém, o incremento prematuro de atividades como sedestação à beira leito, ortostatismo passivo ou ativo, transferências e deambulação, culminam na base para a recuperação funcional do paciente.

Conclusão


A mobilização dos pacientes críticos restritos ao leito, associada a um posicionamento preventivo de contraturas musculares e de perda da amplitude de movimento articular, pode ser considerada um mecanismo de reabilitação precoce com importantes efeitos acerca das várias etapas do transporte de oxigênio, da manutenção da força muscular e da mobilidade articular, melhora da função pulmonar e o desempenho do sistema respiratório. Tudo isso poderá facilitar o desmame da Ventilação Mecânica, reduzir o tempo de permanência na UTI e, consequentemente, a permanência hospitalar, além de promover melhora na qualidade de vida após a alta hospitalar.

Fonte: Fisiocenter, Hospital Meridional S.A.

Conheça os passos para uma Cirurgia Segura


Trombose: Saiba como Prevenir


Papel da equipe multidisciplinar na prevenção de TEV

Papel da equipe multidisciplinar na prevenção de TEV

Médico: Classifica o risco à partir de fluxograma próprio, avalia o risco e prescrever esse risco como ítem de prescrição. Prescrever o método farmacológico e/ou mecânico quando aplicável, de acordo com o risco classificado. Realiza orientação de alta.

Enfermeiro: Confere o risco do paciente conforme classificação de risco e prescrição médica efetuadas pelo médico. Faz as medidas para a escolha correta de métodos mecânicos (compressão pneumática intermitente e meia elástica).

Farmacêutico: Avalia a dose e frequência prescritas, acompanha a prescrição de métodos mecânicos e sua data de instalação, confronta com a classificação do risco, registra em prontuário e comunica ao médico discrepâncias. Realiza orientação de alta.

Nutricionista: Avalia a interação fármaco-nutrientes, adequa a dieta conforme recomendação e realiza orientação de alta.

Laboratório: Comunicar equipe médica resultado crítico de TAP e PTTK (incoagulável) e plaquetopenia (menor que 50.000 unidades e aglomerado de plaquetas). 

Fisioterapeuta: Implementa os métodos mecânicos (Compressão intermitente e deambulação precoce).

Profilaxia com métodos mecânicos

Profilaxia com métodos mecânicos

Os métodos mecânicos são utilizados quando o paciente possui alguma contraindicação para a quimioprofilaxia e como associação. Os tipos de profilaxia mecânica são:

Meia Elástica de Compressão Gradual (MECG) - Uso dessa profilaxia mecânica é aceitável em pacientes de baixo risco ou especialmente naqueles com alto risco de sangramento quando usados em combinação com anticoagulantes para melhorar sua eficácia.

Compressão Pneumática Intermitente (CPI) – Recomenda-se o uso do CPI e outros métodos mecânicos como alternativa de prevenção de TVP em pacientes em que a anticoagulação está contraindicada de forma absoluta e relativa.

As contraindicações à utilização da profilaxia mecânica são:

1.      Fratura exposta
2.      Infecção em MMII
3.      Insuficiência arterial periférica de MMII
4.      Insuficiência cardíaca grave
5.      Úlcera em MMII
6.      TVP instalada
7.      Estado de Choque


A Fisioterapia Motora (FM) também é recurso mecânico usado para prevenção de TEV, uma vez que dispõe de técnicas de massoterapia (drenagem linfática), mobilização dos membros passiva e ativa, estimulação elétrica e estímulo à deambulação.

Classificação de TEV em pacientes clínicos


Classificação de TEV em pacientes cirúrgicos



Fatores de Risco para TEV

Fatores de Risco para TEV

Algumas doenças ou condições representam um risco adicional para o desenvolvimento de complicações tromboembólicas, tanto em pacientes clínicos quanto cirúrgicos.

Se você se enquadra em um desses fatores, informe seu médico. Ele saberá prescrever a forma adequada de prevenção farmacológica ou mecânica.

Lembre-se que o importante é não ficar parado!

Somos todos contra TEV!

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