Diabetes, câncer e obesidade aumentam risco de trombose

Diabetes, câncer e obesidade aumentam risco de trombose


Viagens longas [especialmente as aéreas], idade avançada, histórico familiar, varizes, uso de anticoncepcionais, gravidez, diabetes, câncer, obesidade e tabagismo são apenas alguns dos fatores de risco para o aparecimento da trombose. Nesta segunda-feira (13), primeiro ano de comemoração do Dia Mundial da Trombose, especialistas chamam a atenção para o tratamento e a prevenção da doença.
Durante o II Encontro Latinoamericano de Manejo das Doenças Tromboembólicas, que aconteceu no fim de setembro no Panamá, a oncologista Sylvia Haas, professora de Medicina da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, explica que a trombose venosa pode afetar qualquer parte do corpo.
— Embora atinja com mais frequência as pernas e coxas, o coágulo pode se desprender, percorrer a corrente sanguínea instalando-se nos pulmões, o que causa embolia pulmonar, levando o indivíduo à insuficiência respiratória e até a morte.
A trombose é uma doença caracterizada pelo surgimento de um coágulo de sangue (trombo) em um vaso do sistema venoso profundo que obstrui parcial ou totalmente o local e impede a circulação sanguínea. Segundo a médica, a trombose venosa profunda é a causa mais comum de morte em hospitais, já que “o indivíduo é obrigado a ficar numa mesma posição por muito tempo, ocasionando a diminuição da velocidade da circulação”.
Entre os sintomas da doença, Sylvia cita inchaço unilateral da panturrilha, formação de caroço, dor e sensibilidade, sensação de aquecimento da área e vermelhidão. Já os sintomas da embolia são mais nítidos e o atendimento deve ser feito imediatamente.
— Entre eles estão dor no peito, falta de ar, tosse repentina, com possibilidade de expectorar sangue, sudorese e tontura.
Para evitar consequências graves e redução da qualidade de vida, o tratamento da trombose deve ser feito com o uso de anticoagulantes via endovenosa ou oral, dependendo do caso. Entre as principais classes de medicamentos disponíveis no Brasil estão a heparina, enoxaparina, warfarina e rivaroxabana.
Segundo Sylvia, os anticoagulantes orais também são amplamente utilizados como forma de prevenção primária da doença, já que inibem a formação de coágulos.
A médica alerta que uma boa forma de evitar a trombose é praticar exercício físico regularmente, ficar distante do cigarro, manter o peso corporal e, no caso da presença de doenças crônicas, estar sempre com o controle em dia.
— Além disso, quem passa muito tempo sentado deve fazer pausas ao longo do dia para esticar as pernas e, em viagens longas, é importante movimentar os pés para cima e para baixo para estimular o retorno venoso, além de caminhar no corredor do avião.
Atenção com o coração
A trombose arterial costuma ser mais grave do que a venosa, pois impede a chegada do oxigênio para outras partes do corpo. Quando o coágulo ocorre nas artérias que transportam o sangue para o cérebro, provoca um AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, explica o cardiologista Ricardo Iglesias, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, na Argentina.
— O derrame é a segunda causa de morte mais comum no mundo, responsável por 5 milhões de mortes por ano.
Segundo o médico, o AVC é uma das doenças que mais incapacitam para a realização das atividades cotidianas, já que dependendo da região cerebral atingida e da extensão das lesões, pode paralisar os movimentos de parte do corpo e deixar o paciente em estado de dependência.
— Por isso, quanto mais rápido for o tratamento, menos chances o paciente tem de ficar com sequelas.
O infarto é outra doença comum que ocorre em decorrência da formação de um coágulo que interrompe, de forma súbita, o fluxo de sangue no interior da artéria coronária, explica o cardiologista.
— A causa mais comum da trombose das artérias é a aterosclerose, degeneração do envelhecimento acelerado pela obesidade, hipertensão, diabetes, colesterol alto e cigarro.
Iglesias avisa que as mortes decorrentes do coração são causadas “40% pelo estilo de vida e 30% pela genética”.
— Dessa forma, mudar os hábitos de vida é fundamental para a prevenção das doenças cardiovasculares, que são as que mais matam no mundo. Além disso, é preciso tirar o medo do médico e do paciente de usar anticoagulante.
Autora: Fabiana Grillo, do R7
Fonte: http://noticias.r7.com/saude

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